Por se tratar de uma síndrome não existem tratamentos específicos para a tensão pré-menstrual, também chamada de desordem disfórica pre-menstrual. Os sintomas variam muito de intensidade para cada mulher e chegam a ser uma das causas mais recorrentes de falta ao trabalho ou a escola entre jovens.
Cerca de 90% das mulheres apresentam algum tipo de sintoma no período pre-menstrual, podendo ser de origem psicológica física ou comportamental, vale ressaltar que do universo das pessoas que sofrem com o problema, até 10% das mulheres apresentam sintomas mais intensos, muitas vezes incapacitantes.
Apesar da frequência com que a TPM acomete suas vitimas, a verdade é que ela ainda é cercada por mitos e preconceitos. É muito comum a mulher que apresenta seus sintomas ser vitima de brincadeiras e piadinhas, o que gera constrangimento e piora o quadro. É importante saber que a TPM de fato existe e merece ser levada mais a serio. Há uma serie de medidas que se pode adotar para amenizar os sinais e não precisar passar, periodicamente, por situações de desconforto. É essencial, portanto, consultar o medico ginecologista, que poderá esclarecer todas as duvidas e indicar o tratamento mais adequado.
Vários são os fatores associados à tensão pre-menstrual. As mulheres tiveram um aumento na carga de trabalho e nas situações de estresse vividas no dia a dia. Alem disso, elas atualmente tem menor numero de gestações, passando a ter, portanto, maior numero de ciclos ovulatórios amentando assim, as chances de apresentarem a tensão pre-menstrual.
Muitas vezes a TPM acentua doenças de alguma outra doença psíquica como depressão cujo aumento de incidência esta, sem duvida, associado à vida moderna, por inúmeros fatores. No entanto, muitas vezes o diagnostico de TPM é dado de forma errônea.
SINTOMAS:
No período de dois a dez dias que antecedem a menstruação ocorrem alterações hormonais que podem fazer com que o organismo feminino apresente alterações físicas e psíquica, com diferentes graus de intensidade.
As mais frequentes alterações emocionais incluem irritabilidade, choro fácil depressão esquecimento e sensação de descontrole. Dependendo do grau de intensidade, as mudanças provocadas pela tensão pre-menstrual podem afetar os relacionamentos, tanto no campo pessoal como no profissional.
Existem algumas explicações fisiológicas para essas alterações. Umas dela é relacionada à serotonina, o neurotransmissor mais frequente associado ao humor. No período pre-menstrual alteram-se os níveis de serotonina, provocando hiper-sensibilidade e deixando a mulher mais suscetível às mudanças de humor. Além disso, interferem também fatores genéticos biológicos e externos, como estresse, por exemplo.
Já os sintomas físicos são dor e inchaço nas mamas, aumento ou diminuição de evacuações, acne, aumento de peso e cólicas abdominais. O aumento de peso pode variar entre 400 g e 3 Kg, observando-se maior volume na região dos quadris, seios e barriga. Também pode haver dor nas costas e nas pernas e sensação de fadiga. É necessário chamar atenção para os sintomas comportamentais como sonolência dificuldade de concentração, aumento do apetite, diminuição da libido e preferencia por alimentos doces ou salgados demais.
TRATAMENTO:
Para o tratamento são recomendadas algumas medidas comportamentais que podem auxiliar no alivio dos sintomas, dentre elas: sono adequado, diminuição dos fatores de estresse, atividade física aeróbica regular, diminuição da ingestão de sal, cafe e açúcar.
O tratamento clinico é individualizado, ou seja, a mulher que apresenta TPM precisa conversar com seu ginecologista a respeito da melhor opção terapêutica para ela. Dentre as alternativas, é indicado o ácido gamalinoleico, antidepressivos, diuréticos, anti-inflamatórias e anticoncepcionais. Em geral o uso da pilula alivia os sintomas, já que a TPM esta associada ciclos ovulatórios Sendo assim, a inibição da ovulação por meio do uso de anticoncepcionais orais tende a melhoras o quadro. É bom lembrar que se deve acrescentar a atividade física aeróbica realizada de forma regular também diminui os sintomas da TPM.
Não ha tratamentos oficialmente padronizados para a síndrome O que se propõe são formas de controle dos sintomas, que em alguns casos pode ser bastante eficaz. O sucesso terapêutico é decorrente, em grande parte, do relacionamento medico-paciente. A mulher deve ser bem orientada sobre o ciclo menstrual, sobre as alterações que o seu organismo apresenta ao longo desse período E ainda esses esclarecimentos devem ser estendidos aos membros da família, pois assim o sucesso terapêutico sera facilmente atingido.
Inúmeras vitaminas, minerais e aminoácidos quando ministrados de maneira criteriosa, podem abolir os desagradáveis sintomas. Os pacientes não devem usa-los sem orientação medica, já que alguns suplementos melhoram ou pioram a TPM na dependência de dosagens apropriadas e de utilização em dias adequados do ciclo menstrual.
Alem da suplementação apoiada em antioxidantes, elementos do complexo B, minerais, alguns aminoácidos e ácidos graxos poli-insaturados, também é necessário um ajuste dietético com aumento de ingestão de fibras, redução de gorduras saturadas (gorduras animais) e de carboidratos simples ( Açúcar e mel, principalmente); redução do consumo de sal e cafeina (café, chá, refrigerantes do grupo cola, guarana) e limite na ingestão de produtos lácteos (leite e derivados). Não se deve abusar de bebidas alcoólicas e recomenda-se a redução do estresse e a pratica de exercícios físicos.
É claro que o melhor caminho para o tratamento da tpm é consultar um medico ginecologista e descrever para ele todos os sintomas observados antes e depois da menstruação.
Retirada da revista: Guia da Farmácia Ano XIX. N° 235 junho de 2012.
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